Espetáculos

Amotinadas (teatro)

O espetáculo transfigura-se em cinco cenas copiladas sob um mesmo letmotiv: o motim. Tais experiências cênicas emergiram de pesquisas de Mestrado em Artes de cinco alunas, em duas diferentes instituições: a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), todas sob orientação da Profa. Dra. Luciana Lyra (UERJ) e vinculadas ao  MOTIM – Mito, Rito e cartografias femininas nas Artes (CNPq), grupo de pesquisa também capitaneado por esta pesquisadora, que discute o mito/rito num trânsito entre a arte e a antropologia, além de trafegar por questões ligadas ao feminino e dos feminismos na cena contemporânea. Naturalmente tem sido comum associarmos a palavra MOTIM num plano negativo da experiência coletiva, conectando a atos destrutivos de desobediência a autoridades ou a ordem pública. Neste espetáculo, porém, a palavra motim e sua derivação AMOTINADAS, ganham novas molduras e nos encaminham para ações de mulheres que ao usar a cena como plataforma para seus testemunhos pessoais, rebelam-se performaticamente contra os padrões estabelecidos pela igreja, pelo mátrio poder, pelo estado, pelos endurecidos afetos, legitimando a discussão de agendas privadas de mulheres no púlpito do teatro, reenergizando políticas renovadas para mulheres. As cenas Therèse, de Karla Martins, Mi Madre, de Jhanaína Gomes, Yriadobá, de Adriana Rolin, A Bárbara, de Brisa Rodrigues e Sobre o vestido Branco, de Cristiane Souza, são gritos de liberdade e autonomia que se opõem ao processo de recato e silenciamento a que estamos submetidas por séculos de patriarcado.

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