Processos de Pesquisa

EdipusUnaluna - Pesquisa e Criação em Arte (SP) e Companhia do Ator Nu

No teatro, as máscaras são justamente o canal da revelação. Neste projeto intitulado previamente Edipus, a máscara que se afirma é a do homem enigma da tragédia grega: Édipo, o herói na jornada em busca de sua origem, de sua história, de sua verdade, de seu destino. Édipo surge enquanto máscara, a partir da pulsão dos atores Edjalma Freitas e Tay Lopez em discutir sua condição existencial, como artistas e homens no mundo, procurando extravasar suas reflexões pessoais para um coletivo de homens, que se indaga incessante sobre seu estado na contemporaneidade, os trânsitos entre as pulsões anímicas, constantemente renegadas ao masculino, e sua atuação viril na sociedade, absolutamente estimulada e esperada. A obra de Eurípedes serve como arcabouço e moldura para a expressão destes atores e a figura grega é tomada enquanto mitologia pessoal. O estado obscuro do nascimento de Édipo, o dualismo que o perpassa, a negação do  pai, sua íntima relação com a figura materna, o seu destino de homem de estado em contraposição aos seus impulsos internos serão pontos de partida para a o trabalho da encenação de Edipus, indicando uma investigação sobre o si mesmo destes artistas, no sentido de fomentar o surgimento de sujeitos falantes de suas próprias verdades e de legitimação de suas origens e seus destinos.

 

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