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  • Banquete de contos mínimos a Afrodite

    No século XXI, percebemos um avanço da mulher na seara profissional, intensificando seu impulso guerreiro, na convocação dos aspectos masculinos de sua psique, no entanto, a psique da mulher é muito sofisticada e complexa, ao mesmo passo que exercita uma independência latente, busca o colo, orbitando constantemente o terreno da alteridade, do outro. No terreno das relações, do campo afetivo, eclodem arquétipos da sensualidade, como a deusa Afrodite da mitologia grega. Esta deusa, assim como Oxum, na mitologia africana, é a máscara da mulher amante, aquela que tem em sua essência o amor, a leveza, a alegria, a beleza, a graça. Esta mulher ama o amor por si só. Ela tem como primeiro amor, a si mesma. É em nome deste amor que ela se arruma e se enfeita. Por se amar, tudo nela transpira este amor, seu andar, a forma passa as mãos em seus cabelos, sua forma de olhar ou de falar. Este amor por si mesmo se traduz em uma sensualidade natural, que não é o desejo de seduzir. A sua natureza é livre, e também inocente. Mas é sua sensualidade, sua graça e sua beleza irradiante que irá seduzir e provocar a inveja; que se tornarão também os motivos de sua possível queda. Em investigação da seara do feminino desde 2001, a pesquisadora e escritora Luciana Lyra, trafegou pelo universo do arquétipo da guerreira, desenvolvendo seus mestrado e doutorado em Artes (UNICAMP/2005-2011), além da publicação de dois livros: Guerreiras – texto teatral e trilha sonora original (dramaturgia/2010) e De como meninas guerreiras contaram heroínas romance (infantojuvenil/2011), o atual projeto visa, justamente, dar continuidade à sua pesquisa, agora com a produção de contos curtos dedicados ao arquétipo da amante. Tendo como mote principal o mito de Afrodite, desvelar-se-ão narrativas de paixão e arrebatamento, rompendo com a passividade imaginária das personagens femininas, quando o assunto é o amor. Banquete de contos mínimos à Afrodite é o primeiro exercício de uma escrita f(r)iccional, que se propõe uma bricolagem de experiências reais/ficcionais,  numa espécie de retrospectiva sentimental e erótica.

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